quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

A ESPESSURA DO PESCOÇO como marcador de risco cardiovascular


O novo sinal de alerta para prever o perigo de uma artéria ficar refém de placas de gordura está um pouco mais de dois palmos acima da barriga. Sim, um pescoço robusto representa uma ameaça para todo o corpo.

A descoberta foi realizada por pesquisadores do National Heart, Lung and Blood Institute, nos Estados Unidos, cujo trabalho causou estardalhaço no último encontro da Associação Americana do Coração em março de 2009. Para chegar a essa conclusão, eles avaliaram a circunferência do pescoço de mais de 3 mil pessoas. Segundo o estudo, quanto maior a medida obtida, maior a associação com problemas que levam ao entupimento dos vasos, como hipertensão e baixos níveis de colesterol bom.

No entanto, uma suspeita ainda mais grave paira sobre o pescoço rechonchudo. Há quem acredite que a gordura instalada ali, logo abaixo da pele, seja altamente perigosa. Uma hipótese seria de que as artérias situadas por ali mesmo na garganta, como as importantíssimas carótidas, sejam muito prejudicadas. O tecido gorduroso passa a se alojar pertinho do coração afetando os vasos mais próximos ao órgão. Segundo essa lógica, um pescoço gordo tem maior probabilidade de abrigar uma carótida cheia de placas e, assim, de favorecer um derrame (AVC – Acidente Vascular Cerebral).

Não bastasse isso, quem está com gordura sobrando logo abaixo da cabeça é um candidato de primeira a desenvolver apneia do sono (leia mais sobre apneia neste blog). Esse distúrbio é marcado por interrupções na passagem do ar enquanto o indivíduo dorme. E hoje sabemos que a apneia está associada a fatores de risco cardiovascular, como a hipertensão.
No estudo americano, a medida da circunferência do pescoço das mulheres foi 34,2 centímetros, enquanto a dos homens chegou a 40,5 centímetros. Valores acima desse patamar indicam um risco crescente para a ocorrência de problemas cardiovasculares – nada a ver com o tipo largo e musculoso, típico de quem malha bastante. O sexo, a idade, a altura e a etnia podem interferir bastante, mas ainda deverão ser feitos estudos para delimitar parâmetros seguros sobre a circunferência ideal do pescoço.

Além da medida do pescoço, outros fatores de risco cardiovascular merecem atenção: excesso de gordura abdominal, colesterol alto, diabete, hipertensão, tabagismo, abuso de álcool, sedentarismo e depressão.

É possível afinar a silhueta do pescoço?

Sim. As estratégias para derreter a gordura ali são as mesmas que eliminam o excesso em outros cantos do corpo. A solução está na clássica parceria entre dieta balanceada e prática regular de exercícios físicos.

Como verificar as artérias carótidas?
Quem tem o pescoço gordinho, deve ficar de olho nas artérias carótidas, pois são elas que passam por ali e seguem em direção ao cérebro. Alguns exames utilizados para avaliá-las são: ultrassom com doppler, angiotomografia, ressonância magnética e angiografia.

Não perca tempo. Prevenir é o melhor remédio!

Nenhum comentário:

Postar um comentário